Correndo Descalço

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domingo, setembro 16, 2007

XI Circuito Nacional de Corrida do Carteiro - BH - 15/09/2007


FATOS:
Hora: 16:00h
Distância: 10k
Número: 904
Tempo líquido: 45'43''
Tempo bruto: 46'06''
Classificação masculino : 271 de 736
Classificação na faixa etária (40 a 44 anos): 37 de 107


RELATO:
Acho que o melhor desta prova foi a medalha de participação. Dourada e vazada com o emblema do carteiro corredor. Era de participação mas digna de ser de 1o. lugar. Você vai entender o motivo no final desta narrativa.
As 13h estava na rua e fui pegar o chip, assim pude chegar mais tarde para o início da prova. Parei meu carro na Espírito Santo entre Álvares Cabral e Guajajaras. Chegando a pé e descalço na Afonso Pena, uma corredora me viu daquele jeito e perguntou-me se eu iria correr assim. Respondi que sim e ela disse algo como: "Cê vai queimar os pés lá na Andradas". Fiquei pensando naquilo e achei que talvez sim. O céu estava de brigadeiro e eram 16h da tarde. Fui procurar o guarda-volumes, pedi informação para um cara com a camisa da organização e ele me apontou para o lugar errado: uma tenda entre o prédio dos Correios e o da Receita Federal. Mas a viagem não foi perdida pois encontrei o Mr. Bus sentado ao lado desta tenda arrumando seu material. Informei-me de novo com o pessoal da tenda e agora me mostraram o local certo: do outro lado da avenida ao lado da entrada do parque. Faltavam menos de 10 minutos para a partida e fui trotando até o final do funil de largada. Vi o Cláudio Gomes, em seu retorno as provas de BH, trotando dentro do funil e procurando um bom local na largada. Cumprimentei-o só de passagem. Já dentro do funil, encontrei os dois senhores que havia encontrado na Nextel ao sair do carro. Conversei um pouco com eles, depois avancei para procurar uma posição de partida mais favorável. Nesta procura vi o Ricardo Vilaça e fiquei ao lado dele. Ele comentou sobre sua participação na Meia do Rio. Comentei sobre a possível queima de solas na Andradas. Ele perguntou-me se eu buscaria tempo na prova. Disse que não, pois além do tempo quente e seco, eu estava saindo de uma gripe. Ele estava em situação similar, ficou gripado após voltar do Rio e também correria com tranqüilidade. E o clima estava mesmo ruim para melhora de tempo, o Franck Caldeira venceu com tempo alto (31:00). Ainda na espera da largada havia, em minha frente na diagonal à direita, um corredor de Divinópolis. O fato repugnante foi que ele se agachou para urinar. O positivo é que a quantidade foi pouca, não escorreu e nem tive que desviar daquilo após a partida.
Dada a largada, ainda na Afonso Pena, ultrapassei a corredora que havia falado sobre a Andradas. Brinquei dizendo: "vamos queimar as solas dos pés lá na Andradas". Ela respondeu: "você vai mesmo!" De fato o chão estava quente e o asfalto da Andradas está muito gasto. As britas estão aflorando do chão, bem diferente do asfalto macio e lisinho da Brasil e da Afonso Pena. Sofri três lesões nas solas. No pé direito, uma bolha de sangue no terceiro dedo, pequena se comparada as bolhas debaixo das unhas ou na frente dos dedos que já tive pelo uso de tênis. No pé esquerdo, uma sensibilidade na almofada do pé abaixo do 2o. metatarso, e outra na parte externa do dedão. A primeira sumiu no domingo e a do dedão já desapareceu quando escrevo estas linhas (segunda-feira).
No início do trecho da Av. Brasil quase piso numa garrafa esmagada de cerveja long neck. Só vi em cima devido a aglomeração de corredores. Ainda na Brasil, na altura da região hospitalar, vi o Marco Polo me ultrapassar e cumprimentei-o. Nesta prova ouvi várias pessoas nas calçadas ou de dentro dos carros expressarem seu espanto com um corredor descalço. Na Assis Chateaubriand um cara gritou: "Uai, cadê o tênis?" "Não precisa", respondi.
Após a chegada vi o triatleta Bruno Khouri. Perguntei-o sobre as provas do Belvedere e da Bandeirantes que ele pretende organizar. Ele me convidou para treinar sob sua supervisão. Me explicou todo o processo: fisioterapeuta, nutricionista e deu exemplo do Talles que estava ali perto e desenvolveu-se rapidamente após aderir ao treinamento científico. Enrolei para o ano que vem. Na minha cabeça tenho que primeiro trocar o conceito atual, de correr só por passatempo ou como atividade física para melhorar o HDL, pelo de treinar pensando na melhora de resultados.
Encontrei novamente o Ricardo Vilaça e o Marco Polo, fomos os três ao guarda-volumes, cada um buscar seu pertence. Depois o Marco foi procurar sua esposa, o Ricardo prá fila da massagem e eu fui embora. Mochila nas costas, medalha dourada no peito, suado e de pé no chão. Subindo a Álvares Cabral encontrei novamente os dois senhores com uma amiga. Fomos conversando principalmente sobre o correr descalço. No cruzamento da Augusto de Lima, o Claúdio Gomes vinha atravessando no sentido contrário e, de novo, não pudemos conversar, continuei acompanhando os dois senhores. Deixei-os na metade da quadra da Escola de Direito. Atravessei a Bahia e segui na Guajajaras, no passeio do lado da rua onde fica a Livraria Van Damme. Há alguns butecos por ali. Numa das primeiras mesas, com quatro jovens, um deles me deu os parabéns. Numa próxima mesa outro me parabenizou. Eu não estava entendendo nada. Na última mesa outro disse algo como: "Muito bem! Parabéns, Campeão!" Eu poderia ter me gabado mas prevaleceu a honestidade. Respondi: "Não é de campeão e de participação mesmo!" Só aí caiu minha ficha. Um pobre corredor descalço com uma medalha dourada no peito despertou a solidariedade da galera. Este foi o motivo de tantos parabéns. Kkkkkkk. Correr descalço é no mínimo divertido.

1 Comments:

Blogger Unknown said...

Oi Léo, parabéns pelo relato! Quanto ao treinamento, acho que vale a pena por dois motivos: uma nova experiência e boas chances de novos conhecimentos numa área que você gosta muito. Se estiver ficando chato é só voltar à antiga rotina. Pelo menos houve a tentativa...
Abraços,
Marco Polo

terça-feira, 18 de setembro de 2007 às 10:20:00 BRT  

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