Correndo Descalço

http://pes-descalcos.org/run

Conheça também o site sobre Corrida Descalça:
http://pes-descalcos.org/run

segunda-feira, janeiro 31, 2011

XXIX Volta ao Cristo - Poços de Caldas/MG - Não tem como não andar!

Apesar de não treinar usualmente em subidas, lá fui eu em uma excursão da Casa do Corredor para esta tradicional prova em Poços de Caldas/MG. Saída na sexta (28/01/2011) as 22:30h. Total de 30 pessoas no ônibus, sendo 27 corredores e 3 acompanhantes.
Viagem pela noite/madrugada, chegada ao amanhecer, retirada do kit as 8h. Depois o resto da manhã foi para aproveitar o toboágua, a piscina e a piscina aquecida do Hotel Nacional Inn. Uma cochilada na parte da tarde para compensar o sono de baixa qualidade de se dormir no ônibus, uma caminhada pelas proximidades do hotel, mas sem muito turismo pela cidade. Nunca havia ido a Poços de Caldas, mas evitei de conhecer o Cristo na véspera para não ficar assustado com a subida!
A prova são 16 km no total, a largada ocorre do lado de fora do Estádio Municipal Ronaldão a 1200m de altitude. A elevação máxima é após o Cristo, na direção de algumas antenas a 1680m. Os primeiros 5 km são praticamente planos, depois seguem-se 4 km onde se ganha um aclive de mais de 400m. Estes trechos são asfaltados, com um trecho de menos de 100m de calçamento na chegada ao Cristo. A seguir, próximo ao topo, inicia-se uma estrada de terra cascalhada, 100m dela ainda subindo para atingir o cume e os próximos 3km em forte descida. Terminado o cascalho, reinicia-se o asfalto até a chegada em brita fina na pista dentro do Estádio Municipal.
Sabendo que o trecho cascalhado não era para descalços levei o Vibram FiveFingers nas mãos para usá-lo lá (uma atleta da excursão, a Lili, teve o tênis perfurado por uma pedra no ano anterior).
Antes da largada conversei com alguns atletas da equipe DiQBem de Divinolândia/SP. Eles estiveram na Volta da Pampulha 2010 e me "conheciam" pois assitiram, no YouTube, o vídeo dos Corredores Descalços na Volta. Me convidaram a aparecer lá em junho e correr a Mini Maratona Cidade de Divinolândia de 10km. No trecho plano inicial passei algumas informações sobre treinar descalço para uma atleta (não sei o nome) também de BH. Ela me abordou pois estava interessada no assunto após ler o livro Born to Run (Nascido para Correr - Ed. Globo). Tive que fazer uma pausa logo em seguida, é que entrou um caquinho de vidro na almofada do meu pé esquerdo. Felizmente consegui retirá-lo usando um dos alfinetes que prendia o número de peito. Este é um dos riscos de se correr descalço, mas quase sempre o corte é tão pequeno que não atrapalha (e realmente não atrapalhou) em nada o restante da prova. No início da subida reconheci, "conheci" pessoalmente e troquei rápidas palavras com a jornalista Yara Achôa da Revista Contra-Relógio.
Cheguei à subida com a intenção de correr o máximo sem apelar para a caminhada. Comecei bem, consegui ir até a distância de 6730m contados a partir da largada. Neste momento, ninguém mais ao meu redor corria, todos andavam. O psicológico pesou mais que o físico, acabei andando também. A partir daí passei a fazer um "intervalado" na subida. Andava e corria. Fui marcando voltas no GPS para quantificar o quanto tinha andado ao final. Somei um total de 1310m andados na subida da Serra de São Domingos. Eita subinha! Vejam as fotos: todo mundo andando! Kkkkk.
É verdade que o pessoal que corre na frente não anda na subida. Alguns da minha excursão não andaram, mas lá só tinha elite! Entre eles tivemos 4 pódios na faixa etária: Vanderley, primeiro na M1924; Janaína, segunda na F2529; Lili (Roseli), segunda na F3539 e Hideraldo, terceiro na M4549.
Chegando ao Cristo passei pelo tapete de controle do chip, peguei a água e sentei no meio-fio para calçar o Vibram FiveFingers. Era a hora de descer pelo cascalho.
O pessoal aproveitou para descontar na descida, fui ultrapassado por várias pessoas. Decidi descer mais conservador, o risco era grande de uma pisada em falso, uma torção ou um escorregão naquelas pedras. Terminada a estrada de terra parei na primeira sombra e retirei os VFF. No asfalto descontei também e fechei com o tempo bruto de 1h33m14s.
A única falha da prova é a falta de tempo líquido. Não há um tapete e uma linha de largada, de resto a organização foi perfeita por um preço justo: R$35,00. O kit consta apenas do chip e do número de peito, pois a medalha e a camiseta da prova são entregues apenas aos concluintes. Cidade agradável, trânsito fechado, população nas ruas apoiando os corredores, prova altamente recomendada, apenas lembre-se de treinar (e muito) subidas longas antes de ir. ;-)

PS: Vídeo interessante feito por outro corredor (o Márcio Cabral) na 29a. Volta ao Cristo 2011: